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Aqui você acompanha desde a coleta dos dados, metodologia até a conclusão do projeto desenvolvido em " A Rua, Percurso do Grafite em São Carlos".

A Pesquisa

Introdução/ Objetivo

A seguinte pesquisa tem como objetivo apresentar as reações dos indivíduos cidadãos da cidade de São Carlos em relação à arte nas ruas, entendida especificamente enquanto grafite nesse trabalho.
Desde já apresento minha posição a favor da arte publica como única forma de exploração visual das ruas que não busca fazer propaganda ou vender algo. Além de que o grafite é, por mim entendido como a possibilidade de acesso à arte para qualquer um. E com o recente desenvolvimento das tecnicas e dos artistas dessa área, todos os que transitam pelas ruas podem ter contato com arte de boa qualidade e não-elitista, exatamente pelo fato de não ser restrita.

Hipótese


Diante dos estímulos imagéticos compulsórios da sociedade atual,  as pessoas teriam diferentes percepções sobre a arte urbana de acordo com a geração a qual pertence.
A Pesquisa
Foi feita , então pesquisa de survey realizada através de entrevistas com a população de São Carlos. Foram entrevistadas 10 pessoas de três faixas etárias que pudessem nos informar algo a respeito : 1ª dos  15 aos 30, dos 30 aos 50 e dos 50 em diante.
Escolhemos esses recortes pensando no que essas pessoas viveram. Por exemplo, uma pessoa que viveu com consciência (20 anos) maio de 1968 teria hoje 64 anos. A vivência sobre contestação política e arte tida por tal individuo é de extrema relevância na analise.  Também foi levado em consideração a diferença psicológica que após uma certa idade tende a mudar  com um maior espaçamento, ou seja, a formação de opinião se dá de forma muito mais ágil no período de adolescência/juventude do que durante a idade adulta. E, por fim  desconsideramos os menores de 15 anos por  não terem uma opinião concreta e uma resposta formulada a respeito do tema, além do mais este é o publico mais facilmente influenciado pelo acompanhante mais velho(pais ou professores)
As variáveis em questão se apresentam então enquanto faixa etária e opinião sobre o grafismo das ruas. Para a variável dependente demos no questionário duas opções de resposta: aos que consideram o grafite algo belo e artístico, englobamos enquanto resposta geral “arte” – para os  que julgam o grafite uma violência/poluição imagética presente nas ruas, a proposta foi chamar o grafite generalizadamente de “vandalismo” .





Tabela1: Idade influência sobre a percepção do grafite

enquanto arte ou vandalismo no município

de São Carlos – SP, 2012

Tabela2: Idade influência sobre a percepção do grafite

enquanto arte ou vandalismo no município de

São Carlos – SP, 2012 (%)















Fonte: Entrevista com moradores de São Carlos

em dezembro de 2012







Análise dos dados

 

Vimos através das tabelas acima que a faixa etária mais preconceituosa em relação ao grafite está entre os 30 e os 50, seguido do grupo de pessoas com mais de cinqüenta, este por sua vez, está igualmente distribuído entre as opiniões e, por fim os indivíduos que tem entre 15 e trinta anos são os que mais consideram o grafite enquanto arte.
Assim fica possível verificar que de fato a idade interfere na opinião critica sobre arte urbana uma vez que através da idade podemos identificar vivencias e maturidade.
No entanto há outros fatores que conseguem agrupar melhor os que consideram grafite arte ou vandalismo, bem como agruparia a opinião política.  A questão é, será que a idade, nesse caso não seria apenas uma coincidência?

A Variável-Teste


A idade não é uma variável independente muito completa, uma vez que a opinião sobre arte ou outras críticas está muito mais relacionada com o acesso à informação, ou seja escolaridade,  ou então ao preconceito: renda. Porém em nosso questionário nenhuma dessas possíveis variáveis foram colocadas como perguntas. Para solucionar o problema usaremos então a variável- teste bairro ou local de moradia, uma vez que conseguimos selecionar bairros bem distintos e que conseguem representar claramente faixas de renda.
Considerando que as pessoas entrevistadas estão ao longo do percurso do grafite apresentado pelo projeto. Os bairros escolhidos de acordo com a relevância e diferença de padrão de construção e vida relacionados  à renda são: Jardim Gonzaga, Santa Felicia e Santa Mônica. Estes respectivamente se tratam de um bairro notoriamente pobre;  um repleto de contruções bem diversas, portando considerado de classe-média; e um bairro tradicionalmente rico de São Carlos .
O bairro Santa Mônica merece uma descrição especial no caso: apesar de não ser um condomínio fechado tem mais segurança paga pelos moradores do que nos bairros convencionais e, além disso já percebemos de antemão à pesquisa que existe um certo preconceito a arte muito visível no mapa com do trajeto fotográfico feito durante o percurso. É que  nesse bairro não existem quaisquer vestígio de grafite ou  pichação e, caso apareça algo é rapidamente coberto.



Tabela 3/4: O local de moradia interfere na opinião critica/política sobre o grafite segundo a faixa etária dos indivíduos entrevistados (%)













































 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Entrevista com moradores de São Carlos em dezembro de 2012

 

Conclusão



A partir do desenvolvimento da entrevista e a coleta de dados exprexos nas tabelas posso concluir que o preconceito das classes mais ricas em relação a arte publica, ainda que estes mesmo individuos  frequentem museus e financiem a arte elitizada, é expressivamente maior do que entre os residentes de bairros mais humildes.
Ainda que esses indivíduos tenham a mesma idade e, possivelmente passado por situações muito parecidas, a percepção das elites em relação ao grafite não se apresenta como experiência¹ (referencia texto sandra), simplesmente passa por eles (ou eles passam pela obra), mas isso não as toca enquanto está nas ruas.
Portanto, tiramos daqui uma nova conclusão: a partir do momento em que o grafite começa a ganhar espaço com os críticos de arte e entram nos museus, passam a atingir essas grandes elites que  pouco percebem as ruas além dos outdoors de consumo. Então isso viria a “reeduca-los” cultural e artisticamente.
Curiosidade
No questionário, para fins de pura curiosidade, o mesmo público foi perguntado quanto a opinião sobre as propagandas digitais e outdoors nas ruas e o que foi obtido como principal resposta foi que esses são  estímulos “necessários” no nosso dia a dia. Essas respostas vinham acompanhadas de explicações como “É assim que nos informamos sobre as lojas que existem e promoções”.
Ainda assim, é minima a porcentagem dos entrevistados que se incomoda com essa publicidade e, se analisarmos os dados podemos reparar que essa parcela está restrita em uma faixa etária específica: 15 – 30 anos. Ou seja, os que ainda não foram tão influenciados por  todos esses estímulos de consumo (em alguns casos).


Questionário usado na pesquisa



  • Nome
  • Idade
  • Ocupação
  • Escolaridade
  • Local de moradia dos últimos 10 anos
  • Gosta de artes visuais?
  • Frequenta museus/exposições de arte - sempre, de vez em quando, uma vez ou  nunca
  • Qual sua percepção sobre o grafite nas ruas? – arte ou vandalismo

E as outras imagens comerciais e de propaganda? – poluição visual, necessário, não importa





Metodologia

A Fotografia como ferramenta etnográfica

Hoje o mundo é ocupado por poluição imagética nas sem que as pessoas tenham poder de escolha. A fotografia então parte de uma visão mais seletiva, com um interesse em específico. 

No projeto, a fotografia é, a priori usada como material documental/registro/dado. Porém ao desenvolver o assunto, percebo que a fotografia tem aqui um papel muito mais importante: a arte nas paredes é efêmera, mesmo a arte autorizada e não escarrada ela sofre com as interpéres do clima e a degeneração da tinta/concreto. Então tal documentação para memória é indispensável.

Ainda devo destacar que a fotografia como ferramenta, o percursos proposto pelo trabalho é facilitado. Ao invés dos leitores passarem obra-a-obra pelas ruas de São Carlos, eles podem usufruir e analisar cada uma delas sem sair de casa através da fotografia digital compartilhada via internet. 

Como último argumento para o uso de tal ferramenta destaco que, a partir do momento em que o objeto fotografado é uma obra de arte, tona-se inevitável que a fotografia não seja carregada de estética e técnica.

A Amostra

O estudo feito acima foi elaborado a partir de dados coletados entre 12 e 23 de dezembro de 2012 em 30 entrevistas com pessoas de 15 anos ou mais.

A amostra foi entrevistada para informações gerais a respeito de seu sexo, idade, escolaridade, raça, posição na ocupação, ocupação, renda familiar, classe sócio econômica, religião e sobre a escolaridade do chefe da família.
Os procedimentos utilizados para a realização da pesquisa foram feitos de acordo com as especificações padrão do  IBOPE. As entrevistas foram realizadas nos setores censitários sorteados pelo departamento de Estatística do IBOPE com tempo médio de aplicação dos questionários de 30 minutos. Os entrevistadores davam inicio a abordagem a partir dos limites do setor a ser entrevistado, domicílio a domicílio.
Foi utilizada uma amostra representativa da população em estudo estratificada com alocação proporcional à população de cada estrato. Dentro de cada estrato foram selecionadas amostras probabilísticas, de conglomerados em 2 estágios e, assim foram obtidas as hipóteses, tabelas e quadros acima editados.



Referências Bibliográficas



Christoph Türcke in Sociedade excitada

Filosofia da sensação, Editora UNICAMP



ADORNO/HORKHEIMER E A DIALETICA DO ESCLARECIMENTO, Editora: ZAHAR



Walter Benjamin in A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica



Jorge Larrosa Bondia in Notas sobre a experiência e o saber da experiência

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